quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Quero falar algo





















Aprisionados em enormes caixas de chumbo, os relógios ainda se mostram dispostos a marcar o tempo que conhecemos.
Tempo que coloca um fim em tudo que gostamos e que sempre sentiremos falta, tempo que não é real, mas faz a realidade parecer uma mera ilusão.
A realidade das coisas só é percebida quando o fim está próximo, ou até mesmo quando o tempo já matou tudo a nossa volta.
A morte está silenciada dentro dos medos que residem na mais profunda caverna do nosso existencialismo, a mesma caverna onde residem os nossos amores.
Amar é cavar profundamente a alma de uma pessoa até chegar a um espelho onde se possa ver o próprio reflexo.
Dizem que os espelhos enganam, dizem que o amor é imortal, dizem que a morte é fria e injusta, dizem que a realidade é cruel, dizem que o tempo não pára, dizem que alguns relógios precisam de bateria...
Meu reflexo às vezes me pergunta: "Você sabe o que as pessoas falam de você?".
Eu apenas respondo “Por favor, que horas são?”.

2 comentários:

  1. É hora de o inverso acontecer e de os humanos enxergarem que não são reais... e estará resolvido o problema dos relógios. Quanto aos espelhos, ora, deixem que eles dominem o mundo !

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  2. Primeiramente, obrigada por me seguir.

    #.#

    É... só percebemos o valor de um momento na hora da despedida, ou da chegada de um novo dia. Talvez por nos preocuparmos mais com as horas marcadas pelos ponteiros de um relógio do que com o que estamos lhe dando ali, naquele exato momento.

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